João Cruzué
Resolvi trazer uma análise contextualizada, três dias depois, do trágico atentado perpetrado por Wellington Menezes de Oliveira, na Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, Zona Oeste da Cidade do Rio de Janeiro, onde assassinou 10 garotas e 02 meninos com tiros de revólver, na cabeça e no peito, e depois se suicidou.
Como este blog trabalha principalmente com reportagens e assuntos religiosos, é dentro destes limites que estou fazendo minha análise. Como repórter não tenho o direito de esconder fatos ou manipular dados para agradar este ou aquele segmento religioso. Pelo lado religioso, a verdade tem que ser dita, inclusive, porque estamos diante de do primeiro atentado desse tipo no Brasil. Não a verdade religiosa, mas a verdade dos fatos, principalmente porque ainda não está evidente o motivo dos assassinatos, embora de um modo geral atos de loucura ou de terrorismo não precisem de motivação - a não ser a busca de publicidade.
O contexto desse atentado é ambíguo e alarmante. Se por um lado parece ter sido um ato isolado de um dia de fúria de um sujeito que poderia ter muitos parafusos soltos na mente, por outro, não podemos esquecer que a Revista Veja (edição 2211 - 06.04.11) publicou uma reportagem especial - com 09 páginas (pp. 88/96) , sobre a existência de extremistas islâmicos no Brasil. Foi a principal matéria de capa, textos do repórter Leonardo Coutinho e fotos de Manoel Marques. Nesta reportagem, pg. 90, no rodapé esquerdo está: "A ESCALADA DO MAL - em duas décadas, o avanço extremista no Brasil já cumpriu quatro estágios, segundo a Polícia Federal. O próximo passo pode ser a realização de atentados."
Cinco dias depois da revista sair às bancas (sábado e domingo), dia 07 de abril de 2011, um jovem, ligado ao islã há quase dois anos, irrompe em na Escola Estadual Tasso da Silveira, em Realengo, Zona Oeste do Rio, para matar 10 meninas, dois meninos, fere mais 14 pessoas, e antes de ser morto, comete o suicídio. Pode ser coincidência? Tudo indica que sim, mas há uma pequena dúvida no entendimento das autoridades, que desconfiam que haja algo oculto e desconhecido no caso. E este componente pode estar ligado ao terrorismo internacional.
O Brasil já é grande demais no contexto global para ficar fora das mazelas internacionais, ainda mais com o novo encaminhamento da política de relações exteriores, sob orientação Presidenta Dilma que mudou o viés de aproximação com certos líderes mal-vistos pela comunidade internacional.
Pode ser que nunca fique provado que ele fosse de fato um terrorista islâmico e que nenhum veículo da grande mídia possa escrever abertamente isso. Mas eu garanto que, informalmente, no meio dos radicais islâmicos, Wellington Menezes de Oliveira já é considerado o primeiro mártir islâmico a praticar um ato de terrorismo autêntico no Brasil. E também afirmo, com 100% de certeza, que esta tragédia acendeu um alerta vermeno na cabeça das autoridades brasileiras que vão cuidar da segurança de milhares de pessoas que virão para os dois eventos de máxima envergadura esportiva mundial: A Copa do mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
A pergunta que faço é: a publicidade do terrorismo islâmico tratata como matéria principal na Revista Veja (edição 2211) da semana passada, acionou algum tipo de gatilho que deu origem ao primeiro massacre terrorista no Brasil ou foi apenas uma grande coincidência? Difícil dizer, mas sou levado pela intuição a crer que há alguma ligação com a primeira hipótese.
Nota: A comunidade "árabe" e a Igreja Islâmica no Brasil, não têm nada a ver com terrorismo de extremistas islâmicos, assim como as Testemunhas de Jeová nada têm do que se envergonhar, pois nunca estiveram associados ao fomento do terrorismo em qualquer parte do mundo. Ponto.
imagem: Revista Veja
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